Por meio de onze ensaios elaborados por intelectuais oriundos do Pará, Brasil, analisa-se os efeitos históricos e estruturais do longo projeto colonial brasileiro em habitantes de corpos e espaços precarizados e invisibilizados que transitam entre cenas e saberes locais e mundiais. Trata-se de uma proposta de descolonização de conhecimentos e de imaginários amazônidas.
O presente livro discute as diferentes maneiras pelas quais comunidades rurais da Amazônia brasileira – que assumiram publicamente o status de comunidade quilombola de acordo com o artigo 68 da constituição federal do Brasil de 1988 para reivindicarem a legalização de terras como domínio coletivo – se reapropriam, interpretam e integram em suas experiências cotidianas esse status a partir de três dimensões interdependentes: origem enquanto descendentes de escravizados, o fenótipo negro e a luta pela terra. Trata-se de um trabalho de análise da aplicação de políticas de ação afirmativa no Brasil.